Minha
visão estava coberta por destroços, até onde meus olhos conseguiam ver. A vasta
quantidade de fumaça preta eram o vapor vindo dos demônios inferiores que
havíamos derrotado momentos atrás. Nós quatro não lutávamos lado a lado assim
desde a Grande Guerra. Preocupado com Gaku e Luka, que estavam atrasados ao
voltar, eu fui ao mundo humano com meu parceiro de olhos azuis-esverdeados e,
quando chegamos lá, entramos em uma batalha em grande escala. Após eliminarmos
a massa de demônios usando nosso poder sagrado por completo e terminado uma
sobrevivência básica no campo de batalha, nós estávamos prestes a voltar para o
Paraíso.
—
Hã? Isso é estranho.
—
Hm, eu também senti que algo estava estranho.
—
O mesmo vale para mim.
—
Esperem, então é o mesmo para todos nós?
—
...
Desde
o fim da batalha até agora, estranhamente, nenhum de nós estava desatento a
este fato. Eu tinha certeza que todos nós fizemos parecer que estávamos usando
ataques audazes casualmente um após o outro em rápida sucessão, enquanto, na
realidade, todos nós estávamos batalhando. A outra possibilidade era que o
senso de rivalidade sentido entre aqueles com nível similar de poder havia
ultrapassado os limites inconscientemente. Mesmo assim, todos nós que estivemos
presentes não nos importávamos mais com o que havia levado a isto. Pensar em
tais coisas não nos ajudaria a seguir em frente. Certo, não poderíamos seguir
adiante — porque, na verdade, nenhum de nós podia voar agora.
—
Hum... Se virarmos à esquerda nesta rua...
—
Espere um minuto! Tenho certeza que passamos por esta rua há pouco tempo.
—
Aquela loja de armas ali! Não há engano. Há muito tempo, quando eu estava
patrulhando, eu acidentalmente deixei cair a bainha da espada que usei há duas
gerações dentro da chaminé daquela loja...
—
...
Estava
tarde da noite agora, aproximadamente a hora em que os humanos estariam
desfrutando de sua refeição noturna. Enquanto isso, quatro arcanjos, incluindo
eu mesmo, perambulavam em uma pequena cidade no mundo humano. Entretanto, não é
como se estivéssemos perdidos... é o que eu queria acreditar.
—
Francamente, por que as terras deste mundo são tão complexas? Não estamos
chegando a lugar algum!
—
Não adianta reclamar agora, Luka. Afinal, agora, nós estamos... perdidos. Então
seria o mesmo, independentemente de onde estivéssemos.
—
Hmm... “Até os anjos caem de macieiras”. É neste momento que estas palavras
deixadas por nossos predecessores soam profundamente em meu coração.
Até
mesmo “ele”, que geralmente era tão animado, agora estava mais desanimado e
abatido como eu jamais o vira. E pensar que havíamos usado descuidadamente toda
a nossa energia sagrada na batalha contra os demônios, ao ponto que perdemos
nossa força para voar; era um ato tolo, eu nunca imaginava que isto era
possível. E, além disso, seria compreensível se não conseguíssemos retornar ao
Paraíso por ferimentos na batalha, porém, todos nós estávamos praticamente sem
nenhum arranhão. Como era irônico que nós, os arcanjos no topo dos anjos de
Miguel, cometemos o erro de usar todo o nosso poder descontroladamente, algo
que nem mesmo os inexperientes alunos anjos fariam.
Não
acho que já tenha feito algo que me deixasse com tanto ódio de mim mesmo como
neste momento. Em primeiro lugar, quem poderia imaginar a cena ridícula de
quatro anjos caminhando aos arrastões como se estivessem rastejando? Nem mesmo
nas imagens ilustradas por aqueles humanos hipercriativos eu havia visto uma representação
de anjos perdidos caminhando alegremente um ao lado do outro.
—
Ah! Estou vendo um navio bem ali!
Um
navio...
Se
a memória não me falhasse, estávamos em uma pequena ilha próxima de Alphine.
Certamente, este navio era um transporte entre este lugar e o continente. Se
entrássemos neste navio, certamente chegaríamos à ilha Rulen, o continente de
Alphine. E, de lá, tudo o que faltaria era ir até a Catedral Claude localizada
no centro do continente e recuperar poder sagrado o suficiente para voar de
volta ao Paraíso.
Devido
ao fato de nossas formas serem invisíveis aos olhos humanos, nós conseguimos
entrar no navio sem precisar pagar a taxa. Era improvável que um navio deste
tamanho afundasse por causa do peso extra de quatro pessoas. Após um tempo, o
apito a vapor soou, e o navio partiu. Exposto à brisa do lago, eu observei o
lago negro sob o deck do navio. Desta forma, nenhum de nós conseguia voar agora.
Em nosso estado atual, o que aconteceria se nós caíssemos do navio?
Talvez
por causa da exaustão, pensamentos fracos que eu nunca consideraria normalmente
preencheram minha cabeça. Eu repentinamente ouvi Gaku gemer de agonia ao meu
lado. Ele parecia doente. Pensando nisso, desde que entrei no navio, eu também
estava sentindo-me um pouco desagradado, além da minha fadiga. Por perto, um
humano se curvou sobre o corrimão, encarando o lago. Observando mais de perto,
eu vi vômito sendo expelido de sua boca. Eu repentinamente compreendi o que
acontecia.
Isto
deve ser o “fenômeno do enjoo” que acontece entre os humanos. Este “navio” era
um veículo se agitava muito. Era natural que os humanos, que geralmente passavam
seu tempo em terra firme, geralmente perdessem suas funções corporais após
passar um longo período neste veículo instável e ondulante. Todos nós havíamos
sido vítimas deste enjoo. A ondulação continuamente violenta estava deixando
meu estômago incomodado. Quanto mais teríamos que suportar esta agitação até chegar
à ilha que estaria ao alcance de um braço se pudéssemos voar?
—
Eu quero voltar logo para casa...
Todos
nós silenciosamente concordamos com as palavras que Gaku murmurou e olhamos
para o céu distante. Nunca estive tão grato que anjos não pudessem ser vistos
por humanos. Se vissem nosso estado exausto e vergonhoso, sem dúvida seria
passado para seus sucessores como um conto estranho.
Nós
chegamos à ilha Rulen, o centro de Alphine, assim que o sol da manhã estava próximo
de nascer. Desgastados após uma noite de agitação no navio, nós sentimos algo
como nostalgia após chegarmos à terra firme novamente. Carregando nossos corpos
exaustos, nós continuamos a andar lentamente pela cidade; já havia passado o
meio dia na hora que finalmente chegamos na Catedral Claude. O céu estava
lentamente começando a ficar nublado e a mostrar sinais de chuva iminente.
—
Não vai demorar agora, não é?
“Ele”
disse, cansadamente penteando seus cabelos azuis-esverdeados. Atualmente era
uma grande cidade construída pelas mãos dos humanos, mas originalmente, a terra
de Alphine pertencera ao Paraíso. A Catedral Claude é apenas a primeira de
muitas catedrais remanescentes pelas regiões que tinha essência abundante da
vida e energia sagrada herdada de quando Alphine ficava no Paraíso. Se descansássemos
lá, certamente iríamos recuperar mais poder sagrado que o suficiente. Estávamos
quase lá; o obstáculo final... subir esta longa escadaria em espiral.
—
Olhando por baixo, é bem espetacular.
—
É uma estrutura desnecessária, esta escadaria. Não me lembro de fazer parte
quando ficava no Paraíso. Não vejo motivo para que seja tão longa.
—
Hmm... acho que irei usar minha espada como uma bengala...
—
Não temos outra escolha senão encarar isto como um treinamento para os músculos
de nossas pernas.
Com
expressões mais melancólicas que a cor do céu nublado acima, nós quatro
lentamente começamos a subir as escapas. Enquanto isso, inúmeros humanos
continuavam a nos passar para trás e, de certa forma, isso feria nosso orgulho.
Quando chegarmos de volta ao Paraíso, pode ser uma boa ideia sugerir um
programa de treinamento físico como regime para batalhas futuras contra
demônios. Não importa quão pobre fossemos na caminhada, era humilhante ser pior
nisto que os humanos. Se incorporarem um regime de caminhadas no mundo humano, assim
como acostumar anjos a se locomover sem utilizar as asas, mesmo que alguém se
perca e não consiga voltar ao Paraíso, não teriam problemas em voltar para uma catedral.
Pensando tais coisas, ao menos conseguimos subir as escadas. Após nos perdermos
na ilha Minole e sentido enjoo, parece que nossos corpos ficaram um pouco mais
resistentes.
Passando
pelos portões principais além das escadas, abrimos a porta para a catedral. Não
havia mais ninguém lá dentro, nem anjo nem humano. O poder da energia sagrada
lentamente preencheu nossos corpos.
—
Este supostamente é o lugar onde a energia sagrada é mais forte, mas neste
ritmo, provavelmente teremos que ficar aqui por uma semana antes que consigamos
nos recuperar o suficiente.
—
Uma semana inteira?!
—
Estou preocupado com o estado da guerra.
—
E de nossos subordinados, também.
Com
a pressa que estávamos para chegar ao campo de batalha, meu parceiro e eu não
trouxemos nenhum item de cura. E, pelo jeito, Luka e Gaku também não. Era
difícil recuperar nosso poder por vias normais no mundo humano, que estava com
carência de energia sagrada. Uma única noite de descanso no Paraíso seria o
bastante para fazer uma recuperação completa deste nível de exaustão, mas no
mundo humano, até mesmo ficar no ponto de maior poder levava uma semana para a
recuperação. Infelizmente, não havia como evitar este fato.
Entretanto,
como esperado, seria ruim quatro arcanjos ficarem longe da guerra por uma
semana inteira, com o paradeiro desconhecido. No mês passado, batalhas estavam
acontecendo em todas as regiões, e ficavam apenas mais violentas a cada dia que
se passava. Nós tínhamos que voltar o mais rápido possível, receber o relatório
do estado de nossos subordinados que continuaram no Paraíso, e dar novas
ordens. Embora uma semana não seja um longo período para os anjos, com a
situação da guerra mudando a cada momento, nossa ausência poderia ter um efeito
a longo prazo. E, além disso, quatro arcanjos desaparecerem simultaneamente teria
um efeito maior nos movimentos do Paraíso.
—
Certo! Vamos pedir ajuda!
—
O quê?! Está brincando! Como se eu pudesse fazer algo tão vergonhoso.
—
Hm... De fato, seria um pouco radical pedir ajuda.
—
...
Todos
tínhamos opiniões diferentes. Deveríamos pedir que viessem ao nosso resgate
logo, ou esperar uma semana e voltarmos sozinhos?
—
Bem, acho que seria embaraçoso admitir que nós quatro nos perdemos no mundo
humano, mesmo sendo arcanjos, e acima de tudo, ser resgatados porque não podíamos
voar de volta... Mas precisamos mesmo ficar aqui por uma semana só porque é
humilhante? Nossos subordinados provavelmente estão preocupados conosco. E
temos que ajudar a decidir qual será nosso próximo movimento na guerra.
—
Isso pode ser verdade, mas você não se importa com nossa dignidade? A ideia de
quatro arcanjos pedirem resgate... se eu fosse um de nossos subordinados,
ficaria imensamente desapontado.
—
Hm... É uma decisão difícil. Naturalmente, estou preocupado com nossos
subordinados também, mas certamente, perderíamos nossa dignidade, e nosso
orgulho foi partido em pedaços.
—
...
Estávamos
com dificuldade em chegar a um consenso. A situação estava complicada. Como os líderes
do exército de Miguel, nossos subordinados, assim como todo o Paraíso, têm
imensa confiança nos arcanjos. Caso contrário, não seríamos capazes nem mesmo de
ser líderes de esquadrões. Os arcanjos de Miguel são modelos para todos os
anjos, então, digamos que deveriam ser sempre invencíveis e perfeitos. Se fosse
descoberto que nós tivemos dificuldade contra demônios inferiores e ainda nos
perdemos, nossa dignidade cairia imediatamente, a moral dos soldados lutando no
campo de batalha teria um obstáculo; teria um efeito imediato na situação da
guerra. Isso não é apenas sobre proteger a si mesmos.
—
Mesmo que a gente pense assim, não vamos chegar a lugar algum... Então, Luka e
Gaku são absolutamente contra pedir ajuda. Acho que não poderia ser diferente.
Neste caso, só há uma forma de resolver isto. Com o método mais adequado para
nós, líderes de anjos, que sentimos orgulho em servir a Deus.
Dizendo
sito, “ele” procurou em seu bolso e pegou uma moeda. Na frente havia uma imagem
com um par de asas, e atrás, uma maçã. Estas moedas eram usadas em todas as transações
no Paraíso, similar ao “dinheiro” usado no mundo humano. Mas, diferente dos humanos,
era uma ferramenta usada não apenas para determinar o valor de coisas físicas,
mas para medir o valor de coisas de todos os ângulos.
—
Certo, aqui vou eu! Qual lado?
—
Cara!
—
Então eu fico com coroa. E você, Kaito?
—
...
—
Acho que isso significa que você está neutro. Vamos decidir entre nós três,
certo? Vamos!
Jogando
a moeda no ar, ela girou enquanto refletia a luz do vitral, e retornou à sua
mão como se tivesse sido atraída.
—
Pronto.
—
Era coroa. Esta era a resposta que “Deus” havia lhes dado. Esta jogada da
moeda, que diziam possuir a vontade de Deus, que possuía superioridade sobre o
poder dos anjos, era usada com frequência quando havia opiniões divergentes. É
claro, era usada apenas no evento em que uma decisão não pudesse ser atingida
após esforço e especulação consideráveis.
—
Agora, vamos pedir logo ajuda.
Enquanto
meu parceiro sorria e guardava a moeda de volta em seu bolso, ele continuou a
falar casualmente como se esperasse este resultado desde o início. Era dito que
anjos amados por Deus eram aliados do curso natural das coisas, a um nível
assustador. Se minha memória estivesse correta, eu nunca o vi perder em nenhuma
das jogadas de moeda.
—
Certo. Já que é a vontade de Deus, suponho que não temos escolha.
—
Falando nisso, como exatamente vamos pedir ajuda? Temo não estar familiar com
nada específico.
Era
perfeitamente compreensível que Gaku não soubesse. Quando um anjo se torna
arcanjo, presenciamos lutas nas linhas de frente durante a guerra, mas se
perder no mundo humano assim, era algo quase inédito. Ou melhor, a maior parte
de nossas experiências eram de receber relatórios e pedidos de resgate e respondê-los,
sendo assim, até hoje nenhum de nós havia imaginado que precisaríamos de ajuda.
—
Ahhh, agora que você mencionou isso, como devemos fazer mesmo? Me pergunto se
está escrito no guia de Miguel... Hum, deixe-me ver... “Novas Leis do Paraíso,
Artigo 23, Seção 11: No caso de um anjo estar em angústia no mundo humano, deve
pedir ajuda a seus companheiros oferecendo uma canção sagrada ao Paraíso.
Aqueles que ouvirem seu pedido de resgate, devem ser acompanhados por um anjo
de nível mais alto ao seu resgate o mais rápido possível.” ...É o que diz.
Então, basicamente, só precisamos cantar?
—
Uma canção? Eu nunca tive que cantar antes.
—
Eu também não... Me pergunto quando começaram a usar esse sistema. Não me
lembro de ter visto isso nos nossos dias de juventude.
—
Uma canção, é? Está querendo me dizer uma canção é o bastante para salvar o
Paraíso? Que tolice.
—
...Não, acho que nós é que seremos salvos.
Nunca
em minha longa vida eu havia aprendido a cantar. Para início de conversa, os
soldados alistados no exército de Miguel não necessitam de canções. Era a
primeira vez em que eu ouvia que canções poderiam ser usadas como sinal de
angústia; certamente era algum tipo de teste novo que foi implantado
recentemente. Naturalmente, como somos oficiais há tanto tempo, não fomos
reeducados neste aspecto.
—
Parece que estamos em um impasse. Na verdade, eu também não sei muito sobre canções...
Por enquanto, que tal começarmos a cantar algo? Qualquer coisa deve funcionar.
Será o suficiente se nossas vozes conseguirem chegar ao Paraíso, afinal.
—
Você está certo.
Chegando
a um acordo, nós começamos a cantar. Éramos todos inexperientes nisso, mas não
era importante. Tudo o que precisávamos fazer era tentar desesperadamente
tentar superar esta situação miserável com nossas vozes. Com corpos que estavam
muito fracos até mesmo para voar no mundo humano, descartando nosso orgulho
como arcanjos, tudo o que precisávamos fazer era cantar. O que importava era
expressão nossa exaustão, e as várias emoções que estavam em seu peito.
Cada
um de nós cantou livremente por quase três horas, mas não havia reação alguma do
céu. Qual era o significado disto? A distância do Paraíso até esta terra podia
ser coberta dentro de uma hora. O motivo disto estar acontecendo é porque
nossas vozes não estavam altas o bastante por não estarmos acostumados a
cantar?
Depois
disso, tentamos cantar ainda mais intensamente. Nós cantamos como se jogássemos
toda a nossa sensação de exaustão e fadiga do fundo de nossos corpos. Porém,
não importa quanto tempo passava, a ajuda não chegava.
Após
esperar um pouco mais, nós discutimos o que estava faltando em nossas canções,
e desta vez, nós tentamos cantar em sincronia unindo nossos corações como um,
já que era possível que nossas quatro vozes separadas estivessem cancelando uma
a outra. Embora o plano fosse cantar “em sincronia”, como nos faltava técnica e
conhecimento sobre canto, nós ignoramos as coisas complicadas como ritmo e tom.
Nós focamos simplesmente em como expressar as emoções que sentíamos em nossos
corações agora — ira, desprazer, exaustão, humilhação, irritação, incômodo — o
melhor que conseguíamos. Como era um hino, a letra deveria ser uma súplica por ajuda
e uma oração para Deus, mas como não combinava com nossas emoções, isto provou
ser outra dificuldade. Entretanto, provavelmente não era algo ruim que nossa humilhação
amplificasse ainda mais a expressão de emoções em nossa canção. Quando
começamos a cantar, acredito que saiu como sendo expressado em uma forma boa.
Conforme nos acostumávamos, começamos a estalar os dedos, assobiar e pisar nos
intervalos. Surpreendentemente, cantar parecia divertido — embora nenhum de nós
tenha dito isto em voz alta, provavelmente estávamos pensando o mesmo. E assim,
nós ficamos absortos na canção e continuamos a cantar. Dia e noite, continuamos
a cantar, performando diversas variações e arranjos. Três dias se passaram
desta forma em um piscar de olhos, e então uma semana, neste tempo já havíamos
recuperado toda a nossa força, e sem precisar depender de ninguém mais,
voltamos ao Paraíso. Embora fosse estranho que a ajuda nunca tivesse chegado,
decidimos quer foi melhor por termos conseguido manter nosso orgulho ao
voltarmos sozinhos.
Quando
nós quatro voltamos para o Paraíso, nossos subordinados estavam nos aguardando
no portal, mas pareciam preocupados ao nos cumprimentar. Todos eles tinham
expressões de medo e pareciam terrivelmente preocupados conosco.
Nós
imediatamente pedimos um relatório do estado da guerra e nos disseram que, sem
uma forma de contra-atacar os mais pavorosos ataques que os demônios lançaram
desde a criação do Paraíso, muitos estiveram pacientemente suportando no campo
de batalha. Foi então que o Grande Arcanjo determinou a possibilidade de que o
próprio Diabo tivesse se juntado à batalha, e deu um alerta de emergência por
todo o Paraíso. Após receber sua ordem, os anjos de Miguel lutaram bravamente
no fatigante campo de batalha e derrotaram as forças de demônios em todas as
regiões. Esperávamos que nossa ausência fosse fazer com que a moral caísse, mas
foi incrível que, na verdade, houve um avanço. Nós brevemente exaltamos nossos
subordinados que foram ao campo de batalha e suspiramos de alívio.
E
quando perguntamos sobre que tipo de ataques pavorosos eles fizeram em nossa
ausência, todos disseram exatamente a mesma coisa.
—
Essa semana passada toda, o canto mais assustador, como se estivesse escapando
sob a terra, foi ouvido vindo do mundo humano, sem parar. Só podia ser a canção
de marcha dos soldados demônios, embora alguns acreditem que era uma nova forma
de ataque ao espírito... Nas vozes mais aterrorizantes que já ouvimos, estavam
implorando por glória e ajuda de Deus. Como tínhamos certeza que eram aqueles
demônios rancorosos, provavelmente estavam tentando nos pegar de guarda baixa e
nos atrair fingindo ter se rendido! O tom, ritmo, tudo sobre a canção era
realmente caótico e com um som poluído era cheia de malícia, claramente com o
propósito de nos destruir por dentro almejando a mente te anjos puros e
corretos. Ah, realmente, era uma voz horrível cantando, como se incorporasse
todas as emoções negativas que pudessem ser encontradas no mundo. Para combinar
ainda mais, nós apelidamos de Hino do Inferno.
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