sábado, 5 de outubro de 2019

Himitsu ~Kuro no Chikai~ [Missão 2 - Faça a Canção alcançar]

Minha visão estava coberta por destroços, até onde meus olhos conseguiam ver. A vasta quantidade de fumaça preta eram o vapor vindo dos demônios inferiores que havíamos derrotado momentos atrás. Nós quatro não lutávamos lado a lado assim desde a Grande Guerra. Preocupado com Gaku e Luka, que estavam atrasados ao voltar, eu fui ao mundo humano com meu parceiro de olhos azuis-esverdeados e, quando chegamos lá, entramos em uma batalha em grande escala. Após eliminarmos a massa de demônios usando nosso poder sagrado por completo e terminado uma sobrevivência básica no campo de batalha, nós estávamos prestes a voltar para o Paraíso.


— Hã? Isso é estranho.
— Hm, eu também senti que algo estava estranho.
— O mesmo vale para mim.
— Esperem, então é o mesmo para todos nós?
— ...
Desde o fim da batalha até agora, estranhamente, nenhum de nós estava desatento a este fato. Eu tinha certeza que todos nós fizemos parecer que estávamos usando ataques audazes casualmente um após o outro em rápida sucessão, enquanto, na realidade, todos nós estávamos batalhando. A outra possibilidade era que o senso de rivalidade sentido entre aqueles com nível similar de poder havia ultrapassado os limites inconscientemente. Mesmo assim, todos nós que estivemos presentes não nos importávamos mais com o que havia levado a isto. Pensar em tais coisas não nos ajudaria a seguir em frente. Certo, não poderíamos seguir adiante — porque, na verdade, nenhum de nós podia voar agora.
— Hum... Se virarmos à esquerda nesta rua...
— Espere um minuto! Tenho certeza que passamos por esta rua há pouco tempo.
— Aquela loja de armas ali! Não há engano. Há muito tempo, quando eu estava patrulhando, eu acidentalmente deixei cair a bainha da espada que usei há duas gerações dentro da chaminé daquela loja...
— ...
Estava tarde da noite agora, aproximadamente a hora em que os humanos estariam desfrutando de sua refeição noturna. Enquanto isso, quatro arcanjos, incluindo eu mesmo, perambulavam em uma pequena cidade no mundo humano. Entretanto, não é como se estivéssemos perdidos... é o que eu queria acreditar.
— Francamente, por que as terras deste mundo são tão complexas? Não estamos chegando a lugar algum!
— Não adianta reclamar agora, Luka. Afinal, agora, nós estamos... perdidos. Então seria o mesmo, independentemente de onde estivéssemos.
— Hmm... “Até os anjos caem de macieiras”. É neste momento que estas palavras deixadas por nossos predecessores soam profundamente em meu coração.
Até mesmo “ele”, que geralmente era tão animado, agora estava mais desanimado e abatido como eu jamais o vira. E pensar que havíamos usado descuidadamente toda a nossa energia sagrada na batalha contra os demônios, ao ponto que perdemos nossa força para voar; era um ato tolo, eu nunca imaginava que isto era possível. E, além disso, seria compreensível se não conseguíssemos retornar ao Paraíso por ferimentos na batalha, porém, todos nós estávamos praticamente sem nenhum arranhão. Como era irônico que nós, os arcanjos no topo dos anjos de Miguel, cometemos o erro de usar todo o nosso poder descontroladamente, algo que nem mesmo os inexperientes alunos anjos fariam.
Não acho que já tenha feito algo que me deixasse com tanto ódio de mim mesmo como neste momento. Em primeiro lugar, quem poderia imaginar a cena ridícula de quatro anjos caminhando aos arrastões como se estivessem rastejando? Nem mesmo nas imagens ilustradas por aqueles humanos hipercriativos eu havia visto uma representação de anjos perdidos caminhando alegremente um ao lado do outro.
— Ah! Estou vendo um navio bem ali!
Um navio...
Se a memória não me falhasse, estávamos em uma pequena ilha próxima de Alphine. Certamente, este navio era um transporte entre este lugar e o continente. Se entrássemos neste navio, certamente chegaríamos à ilha Rulen, o continente de Alphine. E, de lá, tudo o que faltaria era ir até a Catedral Claude localizada no centro do continente e recuperar poder sagrado o suficiente para voar de volta ao Paraíso.
Devido ao fato de nossas formas serem invisíveis aos olhos humanos, nós conseguimos entrar no navio sem precisar pagar a taxa. Era improvável que um navio deste tamanho afundasse por causa do peso extra de quatro pessoas. Após um tempo, o apito a vapor soou, e o navio partiu. Exposto à brisa do lago, eu observei o lago negro sob o deck do navio. Desta forma, nenhum de nós conseguia voar agora. Em nosso estado atual, o que aconteceria se nós caíssemos do navio?
Talvez por causa da exaustão, pensamentos fracos que eu nunca consideraria normalmente preencheram minha cabeça. Eu repentinamente ouvi Gaku gemer de agonia ao meu lado. Ele parecia doente. Pensando nisso, desde que entrei no navio, eu também estava sentindo-me um pouco desagradado, além da minha fadiga. Por perto, um humano se curvou sobre o corrimão, encarando o lago. Observando mais de perto, eu vi vômito sendo expelido de sua boca. Eu repentinamente compreendi o que acontecia.
Isto deve ser o “fenômeno do enjoo” que acontece entre os humanos. Este “navio” era um veículo se agitava muito. Era natural que os humanos, que geralmente passavam seu tempo em terra firme, geralmente perdessem suas funções corporais após passar um longo período neste veículo instável e ondulante. Todos nós havíamos sido vítimas deste enjoo. A ondulação continuamente violenta estava deixando meu estômago incomodado. Quanto mais teríamos que suportar esta agitação até chegar à ilha que estaria ao alcance de um braço se pudéssemos voar?
— Eu quero voltar logo para casa...
Todos nós silenciosamente concordamos com as palavras que Gaku murmurou e olhamos para o céu distante. Nunca estive tão grato que anjos não pudessem ser vistos por humanos. Se vissem nosso estado exausto e vergonhoso, sem dúvida seria passado para seus sucessores como um conto estranho.
Nós chegamos à ilha Rulen, o centro de Alphine, assim que o sol da manhã estava próximo de nascer. Desgastados após uma noite de agitação no navio, nós sentimos algo como nostalgia após chegarmos à terra firme novamente. Carregando nossos corpos exaustos, nós continuamos a andar lentamente pela cidade; já havia passado o meio dia na hora que finalmente chegamos na Catedral Claude. O céu estava lentamente começando a ficar nublado e a mostrar sinais de chuva iminente.
— Não vai demorar agora, não é?
“Ele” disse, cansadamente penteando seus cabelos azuis-esverdeados. Atualmente era uma grande cidade construída pelas mãos dos humanos, mas originalmente, a terra de Alphine pertencera ao Paraíso. A Catedral Claude é apenas a primeira de muitas catedrais remanescentes pelas regiões que tinha essência abundante da vida e energia sagrada herdada de quando Alphine ficava no Paraíso. Se descansássemos lá, certamente iríamos recuperar mais poder sagrado que o suficiente. Estávamos quase lá; o obstáculo final... subir esta longa escadaria em espiral.
— Olhando por baixo, é bem espetacular.
— É uma estrutura desnecessária, esta escadaria. Não me lembro de fazer parte quando ficava no Paraíso. Não vejo motivo para que seja tão longa.
— Hmm... acho que irei usar minha espada como uma bengala...
— Não temos outra escolha senão encarar isto como um treinamento para os músculos de nossas pernas.
Com expressões mais melancólicas que a cor do céu nublado acima, nós quatro lentamente começamos a subir as escapas. Enquanto isso, inúmeros humanos continuavam a nos passar para trás e, de certa forma, isso feria nosso orgulho. Quando chegarmos de volta ao Paraíso, pode ser uma boa ideia sugerir um programa de treinamento físico como regime para batalhas futuras contra demônios. Não importa quão pobre fossemos na caminhada, era humilhante ser pior nisto que os humanos. Se incorporarem um regime de caminhadas no mundo humano, assim como acostumar anjos a se locomover sem utilizar as asas, mesmo que alguém se perca e não consiga voltar ao Paraíso, não teriam problemas em voltar para uma catedral. Pensando tais coisas, ao menos conseguimos subir as escadas. Após nos perdermos na ilha Minole e sentido enjoo, parece que nossos corpos ficaram um pouco mais resistentes.
Passando pelos portões principais além das escadas, abrimos a porta para a catedral. Não havia mais ninguém lá dentro, nem anjo nem humano. O poder da energia sagrada lentamente preencheu nossos corpos.
— Este supostamente é o lugar onde a energia sagrada é mais forte, mas neste ritmo, provavelmente teremos que ficar aqui por uma semana antes que consigamos nos recuperar o suficiente.
— Uma semana inteira?!
— Estou preocupado com o estado da guerra.
— E de nossos subordinados, também.
Com a pressa que estávamos para chegar ao campo de batalha, meu parceiro e eu não trouxemos nenhum item de cura. E, pelo jeito, Luka e Gaku também não. Era difícil recuperar nosso poder por vias normais no mundo humano, que estava com carência de energia sagrada. Uma única noite de descanso no Paraíso seria o bastante para fazer uma recuperação completa deste nível de exaustão, mas no mundo humano, até mesmo ficar no ponto de maior poder levava uma semana para a recuperação. Infelizmente, não havia como evitar este fato.
Entretanto, como esperado, seria ruim quatro arcanjos ficarem longe da guerra por uma semana inteira, com o paradeiro desconhecido. No mês passado, batalhas estavam acontecendo em todas as regiões, e ficavam apenas mais violentas a cada dia que se passava. Nós tínhamos que voltar o mais rápido possível, receber o relatório do estado de nossos subordinados que continuaram no Paraíso, e dar novas ordens. Embora uma semana não seja um longo período para os anjos, com a situação da guerra mudando a cada momento, nossa ausência poderia ter um efeito a longo prazo. E, além disso, quatro arcanjos desaparecerem simultaneamente teria um efeito maior nos movimentos do Paraíso.
— Certo! Vamos pedir ajuda!
— O quê?! Está brincando! Como se eu pudesse fazer algo tão vergonhoso.
— Hm... De fato, seria um pouco radical pedir ajuda.
— ...
Todos tínhamos opiniões diferentes. Deveríamos pedir que viessem ao nosso resgate logo, ou esperar uma semana e voltarmos sozinhos?
— Bem, acho que seria embaraçoso admitir que nós quatro nos perdemos no mundo humano, mesmo sendo arcanjos, e acima de tudo, ser resgatados porque não podíamos voar de volta... Mas precisamos mesmo ficar aqui por uma semana só porque é humilhante? Nossos subordinados provavelmente estão preocupados conosco. E temos que ajudar a decidir qual será nosso próximo movimento na guerra.
— Isso pode ser verdade, mas você não se importa com nossa dignidade? A ideia de quatro arcanjos pedirem resgate... se eu fosse um de nossos subordinados, ficaria imensamente desapontado.
— Hm... É uma decisão difícil. Naturalmente, estou preocupado com nossos subordinados também, mas certamente, perderíamos nossa dignidade, e nosso orgulho foi partido em pedaços.
— ...
Estávamos com dificuldade em chegar a um consenso. A situação estava complicada. Como os líderes do exército de Miguel, nossos subordinados, assim como todo o Paraíso, têm imensa confiança nos arcanjos. Caso contrário, não seríamos capazes nem mesmo de ser líderes de esquadrões. Os arcanjos de Miguel são modelos para todos os anjos, então, digamos que deveriam ser sempre invencíveis e perfeitos. Se fosse descoberto que nós tivemos dificuldade contra demônios inferiores e ainda nos perdemos, nossa dignidade cairia imediatamente, a moral dos soldados lutando no campo de batalha teria um obstáculo; teria um efeito imediato na situação da guerra. Isso não é apenas sobre proteger a si mesmos.
— Mesmo que a gente pense assim, não vamos chegar a lugar algum... Então, Luka e Gaku são absolutamente contra pedir ajuda. Acho que não poderia ser diferente. Neste caso, só há uma forma de resolver isto. Com o método mais adequado para nós, líderes de anjos, que sentimos orgulho em servir a Deus.
Dizendo sito, “ele” procurou em seu bolso e pegou uma moeda. Na frente havia uma imagem com um par de asas, e atrás, uma maçã. Estas moedas eram usadas em todas as transações no Paraíso, similar ao “dinheiro” usado no mundo humano. Mas, diferente dos humanos, era uma ferramenta usada não apenas para determinar o valor de coisas físicas, mas para medir o valor de coisas de todos os ângulos.
— Certo, aqui vou eu! Qual lado?
— Cara!
— Então eu fico com coroa. E você, Kaito?
— ...
— Acho que isso significa que você está neutro. Vamos decidir entre nós três, certo? Vamos!
Jogando a moeda no ar, ela girou enquanto refletia a luz do vitral, e retornou à sua mão como se tivesse sido atraída.
— Pronto.
— Era coroa. Esta era a resposta que “Deus” havia lhes dado. Esta jogada da moeda, que diziam possuir a vontade de Deus, que possuía superioridade sobre o poder dos anjos, era usada com frequência quando havia opiniões divergentes. É claro, era usada apenas no evento em que uma decisão não pudesse ser atingida após esforço e especulação consideráveis.
— Agora, vamos pedir logo ajuda.
Enquanto meu parceiro sorria e guardava a moeda de volta em seu bolso, ele continuou a falar casualmente como se esperasse este resultado desde o início. Era dito que anjos amados por Deus eram aliados do curso natural das coisas, a um nível assustador. Se minha memória estivesse correta, eu nunca o vi perder em nenhuma das jogadas de moeda.
— Certo. Já que é a vontade de Deus, suponho que não temos escolha.
— Falando nisso, como exatamente vamos pedir ajuda? Temo não estar familiar com nada específico.
Era perfeitamente compreensível que Gaku não soubesse. Quando um anjo se torna arcanjo, presenciamos lutas nas linhas de frente durante a guerra, mas se perder no mundo humano assim, era algo quase inédito. Ou melhor, a maior parte de nossas experiências eram de receber relatórios e pedidos de resgate e respondê-los, sendo assim, até hoje nenhum de nós havia imaginado que precisaríamos de ajuda.
— Ahhh, agora que você mencionou isso, como devemos fazer mesmo? Me pergunto se está escrito no guia de Miguel... Hum, deixe-me ver... “Novas Leis do Paraíso, Artigo 23, Seção 11: No caso de um anjo estar em angústia no mundo humano, deve pedir ajuda a seus companheiros oferecendo uma canção sagrada ao Paraíso. Aqueles que ouvirem seu pedido de resgate, devem ser acompanhados por um anjo de nível mais alto ao seu resgate o mais rápido possível.” ...É o que diz. Então, basicamente, só precisamos cantar?
— Uma canção? Eu nunca tive que cantar antes.
— Eu também não... Me pergunto quando começaram a usar esse sistema. Não me lembro de ter visto isso nos nossos dias de juventude.
— Uma canção, é? Está querendo me dizer uma canção é o bastante para salvar o Paraíso? Que tolice.
— ...Não, acho que nós é que seremos salvos.
Nunca em minha longa vida eu havia aprendido a cantar. Para início de conversa, os soldados alistados no exército de Miguel não necessitam de canções. Era a primeira vez em que eu ouvia que canções poderiam ser usadas como sinal de angústia; certamente era algum tipo de teste novo que foi implantado recentemente. Naturalmente, como somos oficiais há tanto tempo, não fomos reeducados neste aspecto.
— Parece que estamos em um impasse. Na verdade, eu também não sei muito sobre canções... Por enquanto, que tal começarmos a cantar algo? Qualquer coisa deve funcionar. Será o suficiente se nossas vozes conseguirem chegar ao Paraíso, afinal.
— Você está certo.
Chegando a um acordo, nós começamos a cantar. Éramos todos inexperientes nisso, mas não era importante. Tudo o que precisávamos fazer era tentar desesperadamente tentar superar esta situação miserável com nossas vozes. Com corpos que estavam muito fracos até mesmo para voar no mundo humano, descartando nosso orgulho como arcanjos, tudo o que precisávamos fazer era cantar. O que importava era expressão nossa exaustão, e as várias emoções que estavam em seu peito.
Cada um de nós cantou livremente por quase três horas, mas não havia reação alguma do céu. Qual era o significado disto? A distância do Paraíso até esta terra podia ser coberta dentro de uma hora. O motivo disto estar acontecendo é porque nossas vozes não estavam altas o bastante por não estarmos acostumados a cantar?
Depois disso, tentamos cantar ainda mais intensamente. Nós cantamos como se jogássemos toda a nossa sensação de exaustão e fadiga do fundo de nossos corpos. Porém, não importa quanto tempo passava, a ajuda não chegava.
Após esperar um pouco mais, nós discutimos o que estava faltando em nossas canções, e desta vez, nós tentamos cantar em sincronia unindo nossos corações como um, já que era possível que nossas quatro vozes separadas estivessem cancelando uma a outra. Embora o plano fosse cantar “em sincronia”, como nos faltava técnica e conhecimento sobre canto, nós ignoramos as coisas complicadas como ritmo e tom. Nós focamos simplesmente em como expressar as emoções que sentíamos em nossos corações agora — ira, desprazer, exaustão, humilhação, irritação, incômodo — o melhor que conseguíamos. Como era um hino, a letra deveria ser uma súplica por ajuda e uma oração para Deus, mas como não combinava com nossas emoções, isto provou ser outra dificuldade. Entretanto, provavelmente não era algo ruim que nossa humilhação amplificasse ainda mais a expressão de emoções em nossa canção. Quando começamos a cantar, acredito que saiu como sendo expressado em uma forma boa. Conforme nos acostumávamos, começamos a estalar os dedos, assobiar e pisar nos intervalos. Surpreendentemente, cantar parecia divertido — embora nenhum de nós tenha dito isto em voz alta, provavelmente estávamos pensando o mesmo. E assim, nós ficamos absortos na canção e continuamos a cantar. Dia e noite, continuamos a cantar, performando diversas variações e arranjos. Três dias se passaram desta forma em um piscar de olhos, e então uma semana, neste tempo já havíamos recuperado toda a nossa força, e sem precisar depender de ninguém mais, voltamos ao Paraíso. Embora fosse estranho que a ajuda nunca tivesse chegado, decidimos quer foi melhor por termos conseguido manter nosso orgulho ao voltarmos sozinhos.

Quando nós quatro voltamos para o Paraíso, nossos subordinados estavam nos aguardando no portal, mas pareciam preocupados ao nos cumprimentar. Todos eles tinham expressões de medo e pareciam terrivelmente preocupados conosco.
Nós imediatamente pedimos um relatório do estado da guerra e nos disseram que, sem uma forma de contra-atacar os mais pavorosos ataques que os demônios lançaram desde a criação do Paraíso, muitos estiveram pacientemente suportando no campo de batalha. Foi então que o Grande Arcanjo determinou a possibilidade de que o próprio Diabo tivesse se juntado à batalha, e deu um alerta de emergência por todo o Paraíso. Após receber sua ordem, os anjos de Miguel lutaram bravamente no fatigante campo de batalha e derrotaram as forças de demônios em todas as regiões. Esperávamos que nossa ausência fosse fazer com que a moral caísse, mas foi incrível que, na verdade, houve um avanço. Nós brevemente exaltamos nossos subordinados que foram ao campo de batalha e suspiramos de alívio.
E quando perguntamos sobre que tipo de ataques pavorosos eles fizeram em nossa ausência, todos disseram exatamente a mesma coisa.
— Essa semana passada toda, o canto mais assustador, como se estivesse escapando sob a terra, foi ouvido vindo do mundo humano, sem parar. Só podia ser a canção de marcha dos soldados demônios, embora alguns acreditem que era uma nova forma de ataque ao espírito... Nas vozes mais aterrorizantes que já ouvimos, estavam implorando por glória e ajuda de Deus. Como tínhamos certeza que eram aqueles demônios rancorosos, provavelmente estavam tentando nos pegar de guarda baixa e nos atrair fingindo ter se rendido! O tom, ritmo, tudo sobre a canção era realmente caótico e com um som poluído era cheia de malícia, claramente com o propósito de nos destruir por dentro almejando a mente te anjos puros e corretos. Ah, realmente, era uma voz horrível cantando, como se incorporasse todas as emoções negativas que pudessem ser encontradas no mundo. Para combinar ainda mais, nós apelidamos de Hino do Inferno.


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