Região
de Velcant, Reino de Alphine. Não era um país grande, era formado por uma série
de ilhas flutuando no meio de um enorme lago. Devido aos abundantes recursos
pesqueiros e clima suave, todas as pessoas tinham uma vida rica com os recursos
naturais. Passando pelo centro da ilha principal, chamada Ilha Rulen, havia uma
ponte gigante que conectava os grandes países aos lados leste e oeste de
Alphine. A Ponte Bechstein, que servia como uma estrada para o comércio entre
estes países, tinha aproximadamente quarenta quilômetros de comprimento, e
duzentos metros de largura em seu ponto mais largo. Muitas parcerias comerciais
eram feitas sobre a ponte.
Alphine
servia como um ponto neutro entre Folle, ao leste da ponte, e Violente, ao
oeste. Durante vários momentos na história, ela foi atingida durante as guerras
entre o leste e o oeste. Porém, como se por um milagre, certo estadista
carismático repentinamente apareceu, e devido a sua liderança, se tornou um
país maravilhoso que escapou ser dominado por ambos os países maiores.
Talvez
por este passado histórico, estadistas eram indicados periodicamente, e os
cidadãos se tornaram fiéis a Deus. Acreditava-se que a duradoura independência
contínua e boa base política de Alphine era uma benção de Deus, e ao longo das
gerações, pessoas continuaram a acreditar Nele mais e mais. Como se parar
confirmar isso, igrejas começaram a aparecer em todo o país, cada uma
construída para mostrar a maior luxúria possível. Os primeiros viajantes que
vieram para este país ficaram fascinados por sua beleza de tirar o fôlego.
O
Reino de Alphine, assim como o Reino de Folle ao leste, e o Reino de Violente
ao oeste, formavam a Região de Velcant, pela qual a Sétima Unidade, liderada
por Kaito, era responsável no Paraíso.
A Região de Velcant era uma região onde os
humanos constantemente batalhavam uns contra os outros, e também era o local da
“Queda do Paraíso”, o incidente que aconteceu durante a Grande Guerra do
Paraíso.
O
Paraíso que caiu sobre a Terra – no Paraíso, era assim que Alphine era chamada.
Como o nome sugeria, o Reino de Alphine era cercado por um lago, que uma vez já
foi o Paraíso Celestial. Durante a Grande Guerra do Paraíso, quinhentos anos
antes, as forças dos demônios excederam as expectativas dos anjos, e a “Árvore
da Vida”, que era dito ser o coração do Paraíso, estava a um triz de ser
conquistada.
Se
a Árvore da Vida caísse nas mãos dos demônios, toda a vida estaria sob o
controle deles, e isso levaria ao colapso de ambos os mundos existentes. Para
proteger a Árvore da Vida naquele momento, o Grande Arcanjo decidiu que as
regiões onde os demônios penetraram seriam jogadas à Terra.
Isto
se tornou o Reino de Alphine. Nos textos antigos escritos pelos humanos da
época, era o que se dizia.
“Em
um dia brilhante e pacífico, acompanhado por um rugido ensurdecedor, o céu caiu
na terra. Os pássaros fugiram do céu ao chão, e a vegetação secou em um
instante. Conforme o céu gradualmente se aproximava, todos da cidade foram
tomados por um medo indescritível, esperando, com respiração abatida, o fim
chegar. Uma vez que o céu caiu ao ponto de chegar ao topo da grande igreja da
cidade, uma miríade de asas brancas e negras vieram do céu como um redemoinho,
cercando os cidadãos, e engoliram tudo em uma onda de luz ofuscante. Enquanto
tentavam se manter conscientes, os cidadãos perceberam que estavam
repentinamente sobre uma terra bela. Embora todos tenham ficado confusos sobre
o porquê de estarem todos nus, eles logo esqueceram isso ao ver as belas e
exuberantes flores até onde os olhos conseguiam ver, além disso, o vasto
oceano. Tudo isso era como um paraíso que eles só haviam visto na terra dos
sonhos. E então, formamos nosso novo país aqui.”
Originalmente,
esta região não tinha um lago, e há quinhentos anos, haviam apenas
florestas profundas e algumas pequenas cidades. Mas em um dia, uma linda ilha
começou a flutuar no centro de um lado.
Devido
à sua pequena população e civilização subdesenvolvida, aqueles que sabiam a
verdade sobre este paraíso caído eram poucos. Conforme quinhentos anos se
passaram, ele se tornou apenas um conto de fadas.
Quando
Alphine caiu sobre a terra, devido aos demônios que invadiram e estavam caindo
junto à terra, o poder sagrado e o poder das trevas se mesclaram. Por causa
deste impacto, embora a terra fosse rica, se tornou um lugar de lutas sem fim.
Desde a Queda, seja entre anjos e demônios ou guerras entre humanos, este era o
principal campo de batalha.
Estando
entre dois grandes países em guerra, e afetado por guerras em diversas
ocasiões, o fato de que ainda era um país rico e independente era realmente
graças a uma benção de Deus. Originalmente este país era um Paraíso Celestial
que “caiu à terra”. Ele era protegido pelos anjos contra todas as adversidades,
pelos bastidores.
Sendo
assim, o bem-estar desta terra era apenas concedido a anjos do Paraíso
poderosos e capazes.
Aqui,
as guerras faccionais entre aqueles com poder continuava a acontecer, e
relações complexas de poder com o leste e oeste afetados foram estabelecidas. O
trabalho da unidade de Kaito era investigar a vida dos humanos e, se
necessário, intervir.
+ + + + +
Em
breve seria o início do verão. Evitando os ofuscantes raios da luz do sol, Rin,
que estava descansando suas asas na sombra de uma árvore, respirou levemente
enquanto ouvia o som dos sinos de uma igreja distante. Após ser promovida de “anjo
em treinamento” para um “anjo júnior”, Rin veio investigar o rumor sobre a “fé
em demônios” que infiltrava as igrejas de Alphine. A fé em demônios não era
algo tão incomum; demônios sempre tentaram os frágeis corações humanos, usando
a técnica de lavagem cerebral conhecida como “Honestidade” ao poder máximo para
os demônios. Geralmente, a missão seria coletar informação, encontrar um possível
esconderijo, e então batalhar contra vários demônios. Contudo, dessa vez
parecia que seria um pouco diferente do comum.
Geralmente,
a Honestidade dos demônios atingia humanos com corações simples e frágeis, amplificando
suas emoções e corrompendo-os, fazendo com que os demônios ganhem “poder das
trevas”. Mas, por algum motivo, dessa vez os demônios estavam almejando humanos
devotos e com corações fortes. Humanos com corações fortes têm convicção de
suas vontades, ou para ser exato, grande energia vital, e eram mais difíceis de
corromper. Por que eles propositalmente escolheriam “humanos devotos e com
corações fortes” quando são tão difíceis de controlar? Isto era algo que
precisava ser investigado, o que levava a esta tarefa de vigilância simples que
foi confiada à Rin.
—
Ah~, estou tão entediada.
O
capitão da Sétima Unidade, Kaito, foi auxiliar em uma batalha que foi começada
contra os demônios, deixando Rin investigando sozinha. Ela estava entusiasmada com
sua primeira missão após ser promovida. Mas, após se passar um mês sem
conseguir nem mesmo um fio de alguma pista, toda sua motivação desapareceu
completamente.
Era
entediante, mas não apenas por sua falta de progresso. Mesmo como um anjo aprendiz,
ela sempre teve paixão por seus deveres como um anjo, e sempre foi esforçada.
Ela teve inúmeras experiências passadas com missões de reconhecimento também, e
como agora, também houve vezes em que ela não conseguiu nenhum resultado.
—
Por que é tão entediante dessa vez? Embora eu sempre dê tudo de mim, não
importa no que... Kaito, e até mesmo a pessoa antes dele, me elogiariam por ser
tão diligente... Ah!
Enquanto
ela pensava nisso, Rin finalmente percebeu o motivo de sua falta de motivação.
—
Agora eu entendo. É porque eu estou sozinha dessa vez...
Em
todas as missões até agora, ela sempre teve um parceiro com ela. Anjos geralmente
trabalhavam em pares, e era raro um deles receber uma missão sozinho. Até agora,
o motivo do trabalho ser agradável era provavelmente por ela ter um parceiro
com ela. Rin se sentia solitária agora, e quando ela está só, era difícil
entender as coisas agradáveis e as coisas difíceis.
—
Me pergunto quando o Kaito vai voltar! É tão chato estar sozinha.
Assim
que ela decidiu dormir para acabar com o tédio até os humanos começarem a se
mover para a hora da oração, ela repentinamente ouviu gritos vindos do interior
da igreja mais próxima.
—
...! Um demônio atacou?!
Levantando-se
apressadamente, ela voou até o vitral da igreja que ela estava observando.
Assim que ela olhou para o estado da situação do lado de dentro, ela viu que
humanos estavam matando uns aos outros com armas.
—
Hã?1 O-o que é isso?! Isso é o trabalho de um demônio...? Mas eu não sinto
nenhum sinal das trevas neles...
Parece
que os humanos estavam lutando uns contra os outros na intenção de matá-los. Humanos
que foram hipnotizados por demônios tinham olhos vazios, perda da razão e
movimentos desorientados. Mas os humanos que estavam se matando aqui e agora estavam
claramente diferentes disso. Se isso era a influência de demônios, então ela não
tem jurisdição para interferir. Um anjo júnior não tinha permissão para
interferir diretamente nas mortes causadas por humanos. A lei era absoluta —
punição severa aguardava aqueles que a quebrasse.
Frustrada
por não ter nada que ela pudesse fazer para parar a chacina acontecendo diante
de seus olhos, Rin apertou os punhos e saiu quietamente deste lugar
Bang!
Um
disparo. Uma dor aguda surgiu em sua asa esquerda, e sangue fresco começou a
escorrer.
Apertando
a asa que foi atingida, ela olhou para trás e viu um jovem com cabelos longos e
ruivos, agitando sua asa grande e negra e segurando uma arma preta.
Um
demônio —
Ela
rapidamente pegou sua própria arma branca e puxou o gatilho. Sobre os humanos
que lutavam entre si, Rin e o demônio tinham um duelo violento no ar.
Ele
era forte. O demônio estava desviando das balas de Rin nos momentos certos, e como
se estivesse dançando no ar, deixava poucas aberturas com seus movimentos leves
e fluidos.
O
oponente também estava disparando, mas provavelmente era uma distração. Se ele conseguia
deixar aberturas tão pequenas, poderia se dizer que ele tinha confiança em
vencer até mesmo uma luta de mãos vazias.
Se
isso se tornasse um combate próximo, a vantagem estaria contra ela.
Com
um ataque do demônio, o vitral se quebrou com um som alto. Rin rapidamente voou
do telhado e puxou o gatilho. As balas que eles trocavam atingiam as paredes e
teto da igreja, causando que partes dele caíssem.
—
Cuidado!
Sob
o teto desmoronando estavam humanos frenéticos em combate. Usando toda a força
que lhe restava, em uma decisão de último segundo ela mirou uma bala nas ruínas
que caíam.
Por um triz, ela atingiu o alvo e o quebrou em pequenos pedaços.
Mas os humanos continuaram o confronto sem nem mesmo perceberem. Nesse ritmo,
ela não conseguiria evidências o suficiente para a investigação, e até mesmo os
humanos hipnotizados seriam perdidos.
— Ugh!
A luta continuava mais uma vez. Desde que foi distraída
pelos humanos abaixo, se tornou ainda mais difícil acertar um disparo. O
demônio não perdia nem mesmo um minuto em seus movimentos. Para ser mais
preciso, ele estava especificamente almejando as asas de Rin. A fraqueza de um
anjo — cada vez que suas asas, que continham poder sagrado, eram tocadas pelo
poder das trevas de um demônio, elas se deteriorariam.
Enquanto protegia sua asa esquerda danificada, ela
desesperadamente tentava atingir o ponto vital do demônio.
Sim,
é isso!
Com
toda a sua força neste ataque, ela atingiu o coração do demônio com precisão
espetacular — pelo menos foi a sua intenção.
—
Você é muito boa. Mas, é uma pena.
No
momento seguinte, ambas as mãos e asas de Rin foram restringidas atrás dela;
ela foi pega pelo demônio.
—
...! Mas eu tenho certeza que te atingi! Como?!
Agitando
seus braços e asas restringidas, ela desesperadamente lutou.
—
O que você atingiu foi uma ilusão que eu criei. Você não notou?
—
!
Como
se estivesse tirando sarro dela, o demônio riu audaciosamente, e em uma voz
terrivelmente charmosa, sussurrou perigosamente.
—
Eu não me importo em matá-la aqui e agora.... Mas há uma coisa que eu quero
perguntar. Se você se comportar e me responder, eu a deixo escapar. Aquela
árvore tão preciosa que todos vocês estão protegendo... onde ela está? Ela foi
movida desde a guerra há quinhentos anos atrás, não é?
—
Eu não vou entregá-la a um demônio como você!
—
Oh~ Você está de mal humor. Eu gosto de garotas assim.
Sorrindo
animadamente, o demônio a apertou com ainda mais força.
—
Ah...
Ele
é forte... O nível deste demônio era claramente diferente daqueles que ela já
encontrou.
Ela
não conseguiria vencer...
—
Se você não me disser logo, sua preciosa asa será partida, sabia?
—
Eu nunca vou lhe dizer!
—
Hm. Bem, então...
—
Ahhh!
O
demônio impiedosamente apunhalou a ferida em sua asa esquerda. Conforme o poder
das trevas entrava diretamente em seu corpo, Rin gritava pela agonia da dor que
a avassalava — a mais intensa que ela já havia sentido.
—
Você é bem teimosa! Eu não planejava lhe matar, mas acho que não posso
evitar... Hm? Oh, o que é isso?
Assim
que ela sentiu sua consciência se esvaindo devido ao poder maligno fluindo
nela, o demônio repentinamente a libertou. Perdendo esse apoio, ela começou a
cair, mas ele levemente a pegou em seus braços.
—
Po... por quê?!
—
Quem diria... Bem, há diversos caprichosos entre os demônios.
O
demônio estava encarando o rosto de Rin com uma expressão pensativa. Observando
de seus belos cabelos loiros ao brinco em sua orelha direita, ele encarou como
se estivesse confirmando algo — E então, com um gracioso bater de asas, deitou Rin
sob uma árvore em um jardim.
—
Se for aqui, os humanos controlados pela Honestidade não conseguiram achá-la,
então você vai conseguir descansar um pouco... Bem, embora eu diga isso, eles
não devem nem mesmo ser capazes de vê-la.
O
demônio contra quem ela estava lutando repentinamente parou de tentar matá-la,
e como se estivesse preocupado com suas feridas, ainda a levou para um lugar
seguro. Completamente surpresa, Rin não conseguiu dizer nada, e apenas ouviu.
—
Você parece bem surpresa. Não é como se você não tivesse motivos, eu acho.
Afinal, vocês anjos são quase idiotamente cegos com sua fé.
—
Cale... se! Por que... você está me ajudando? Eu não sou sua inimiga?!
—
Sim, nós somos inimigos. Mas eu não estou mais com vontade de lutar contra você.
Parece que eu posso me lembrar de alguma coisa estúpida do passado. Até mais.
—
Ah! Espere! Isso dói...
Dizendo
isso, o demônio abriu suas asas negras e grandes, e voou.
—
Por que?
De
alguma forma ressoando com a cena daquele dia, seu peito começou a doer.
Enquanto encarava a direção em que o demônio partiu, ela tentou entender suas
ações misteriosas, mas não conseguia. Por quê? Ela não conseguia entender as
palavras que ele disse. E havia algum tipo de névoa em seu coração... como se a
alertasse que era perigoso pensar sobre isso.
—
Sim, nós somos inimigos. Mas eu não estou
mais com vontade de lutar contra você—
Eles
eram inimigos, mas ele não queria lutar —
Para
entender essas palavras corretamente — palavras sem outros sentidos — ela
estava com medo de pensar o que ele estava sentindo.
Sem
conseguir terminar seus pensamentos, Rin perdeu a consciência.
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